Papa Bento XVI fala

Nada substitui a oração para obter a santificação na Igreja, afirma o Papa Bento

 

VATICANO, 24 Jun. 10 / 12:29 pm (ACI).- Logo depois da visita ao Centro Dom Orione, o Papa Bento XVI se dirigiu ao Monastério Dominicano de Santa Maria do Rosário no Monte Mário, onde presidiu a celebração da Hora Média com as freiras de clausura. Ali o Santo Padre assinalou em sua homilia que “vocês, que conhecem bem a eficácia da oração, experimentam cada dia a quantidade de graças de santificação que pode obter à Igreja”.

 

O Santo Padre alentou as religiosas de clausura a serem “agradecidas à divina Providência pelo dom sublime e gratuito da vocação monástica, à qual o Senhor as chamou sem que tenham feito nada para merecê-lo”.

 

“A forma de vida contemplativa, que das mãos de São Domingos receberam nas modalidades da clausura, situa-lhes como membros vivos e vitais no coração do corpo místico do Senhor, que é a Igreja; e como o coração faz circular o sangue e mantém vivo todo o corpo, assim sua existência escondida com Cristo, entretecida de trabalho e de oração contribui a sustentar a Igreja, instrumento de salvação para cada homem, que o Senhor redimiu com seu sangue”.

 

Com a oração, ressaltou o Papa, apresentam “ao altíssimo as necessidades espirituais e materiais de tantos irmãos em dificuldade, a vida perdida dos que se apartaram do Senhor. Como não compadecer-se daqueles que parecem vagar sem rumo? Como não desejar que se encontrem com Jesus, o único que dá sentido à existência?”.

 

“Reconheçam, pois, que em tudo que fazem, além dos momentos que dedicam à oração, seu coração segue estando guiado pelo desejo de amar a Deus. Este é o horizonte da peregrinação terrena! Esta é sua meta! Por isso, optastes por viver retiradas e renunciando aos bens terrenos: para desejar por cima de todas as coisas o bem sem igual, aquela pérola preciosa que merece a renúncia a qualquer outro bem para possuí-la”.

 

O Santo Padre concluiu convidando as religiosas a pronunciarem cada seu dia “‘sim’ aos intuitos de Deus, com a mesma humildade com a que pronunciou seu ‘sim’ a Santíssima Virgem”.

 

Neste monastério dominicano se custódia a antiga imagem da Virgem Hagiosoritissa, conhecida como a Virgem de São Lucas (século VII) e preciosas relíquias do São Domingos, da Santa Catarina de Sena e de outros Santos e santas da mencionada ordem.

 

Papa afirma que ecumenismo é sinal para mundo «dividido»

Anima ortodoxos e católicos a prosseguirem com o diálogo

 

Por Inma Álvarez

 

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI afirmou nesta sexta-feira, ao receber em audiência os membros da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Orientais Ortodoxas, que a união do Corpo de Cristo é uma «dimensão essencial» da Igreja e de sua missão no mundo.

 

O Papa se dirigiu em inglês, em um breve discurso, aos membros desta Comissão, que acabam de concluir sua 6ª reunião, e os animou a continuar buscando «a reconciliação e a comunhão no Corpo de Cristo, que é a Igreja».

 

 

 

A união entre os cristãos não é uma questão secundária, mas uma «dimensão essencial», pela qual «temos o dever de trabalhar», explicou o Papa.

 

«O mundo precisa de um sinal visível do mistério da unidade que existe entre as três divinas Pessoas e que, há dois mil anos, com a Encarnação do Filho de Deus, foi-nos revelada.»

 

«Só precisamos voltar o olhar ao Oriente Médio – de onde muitos de vós procedeis – para ver que se precisa com urgência de sementes de esperança em um mundo ferido pela tragédia da divisão, do conflito e do imenso sofrimento humano», acrescentou.

 

Neste momento é muito necessário «reforçar o testemunho unido dos cristãos diante dos enormes desafios que devem enfrentar hoje», afirmou o Papa, contribuindo cada um «não só com a riqueza de sua própria tradição, mas também com o compromisso das Igrejas implienvolvidascadas neste diálogo para superar as divisões do passado».

 

Este encontro, constatou, «deu importantes passos precisamente no estudo da Igreja como comunhão».

 

Por outro lado, «o próprio fato de que o diálogo tenha continuado no tempo e que cada ano seja acolhido por uma das diversas Igrejas às que representais é em si mesmo um sinal de esperança e de ânimo», acrescentou o pontífice.

 

Por último, ele quis recordar a celebração de conclusão, há alguns dias, da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na qual estiveram presentes muitos membros da Comissão.

 

«Paulo foi o primeiro grande campeão e teólogo da unidade da Igreja. Seus esforços e lutas estavam inspirados na permanente aspiração de manter uma visível, não meramente externa, mas real e plena comunhão entre os discípulos do Senhor», concluiu.

 

A herança de João Paulo II

O papa missionário. João Paulo II fez questão de sair do Vaticano e levar a mensagem de Cristo a toda parte. Em cada uma de suas inúmeras viagens o papa não leva uma presença turística. Ele viaja como portador de mensagens, de solidariedade, de respeito à pessoa humana, de fé em Deus, Pai de todos os homens.

"Por que o senhor está sempre viajando pelo mundo? E o papa respondeu: "porque o mundo não cabe todo aqui!" (citado por Luigi Accattoli, no livro Karol Wojtyla, o homem do milênio)

A Igreja é de todos. A Igreja Católica não é do papa, não é dos bispos, nem do clero. É uma família, uma família humana na qual todos os seus membros tem co-responsabilidade. João Paulo II faz sempre suas as palavras de Cristo: "Vós sois todos irmãos".

" Através da fé nós alcançamos o bem invisível que é a  herança da Redenção do mundo operada pelo Filho de Deus. Ninguém pode se sentir "proprietário" desse bem. Todos nós somos seus destinatários. Cristo deu aos sacerdotes apenas a tarefa de administrar esse bem". (do livro Dom e mistério de João Paulo II)

Todos somos filhos de Deus. Diante de Deus, todos os seres humanos são seus filhos, seus herdeiros e a Igreja Católica deve se interessar por todas as pessoas, sem excluir nenhuma. Deus fez nascer seu sol sobre bons e maus, fez cair sua chuva sobre justos e injustos. O pontificado de João Paulo II é o pontificado do amor universal. Isso se revela nesse esforço do papa para reunir todas as religiões, como nos Encontros de Assis, na Itália, e nas várias declarações em que ele assumiu a culpa pelos erros históricos da igreja, como forma de construir uma base de perdão para o futuro do mundo.

"Hoje, eu, papa da Igreja católica, em nome de todos os católicos, peço perdão pelas injustiças infligidas aos não-católicos ao longo da história atribulada desses povos e, ao mesmo tempo, garanto o perdão da Igreja católica pelo mal que os seus filhos sofreram". (extraído do livro Karol Wojtyla, Luigi Accattoli)

O papa da paz. O mundo contemporâneo vive um conflito pior do que as guerras abertas: são as desigualdades cultivadas e as opressões disfarçadas, que geram tensões, desentendimentos e ódios. Todos os anos o papa escreve uma mensagem para o Dia Mundial da Paz (1o. de janeiro).

"Na aurora de um novo milênio, vivemos a grande esperança de que as relações entre as pessoas sejam cada vez mais inspiradas pelo ideal da verdadeira irmandade universal. A menos que esse ideal seja compartilhado, não há meio de estabelecer uma paz verdadeira". (Mensagem do Papa João Paulo II no Dia Mundial da Paz, em 1o. de janeiro de 2001)

O Cristo no cotidiano. O Papa João Paulo II sempre insistiu na necessidade de cada um de nós colocar Cristo na sua vida diária, no seu trabalho, na sua cultura, no seu lazer. O cristianismo é uma mensagem que brota dentro do ser humano e tem que ser vivido. Esse é o sentido dessas beatificações e canonizações que João Paulo II tem feito. Ele quis dar para todos os cristãos modelos de vivência plena do Evangelho. É essa a função dessas figuras exemplares como Irmã Dulce, Madre Thereza de Calcutá, Padre Cícero e tantas outras.

"Que o exemplo desses novos santos, verdadeiros presentes da Igreja do México para a igreja universal, possa mover todos os fiéis, para que, com todas as suas forças e com a ajuda da graça de Deus, busquem também a santidade, com coragem e determinação". (João Paulo II, durante a canonização de 27 novos santos mexicanos em maio de 2000)

 Os desafios para o próximo papa

Veja o que espera o próximo papa, segundo o padre Julio Munaro, professor de História do Cristianismo.

A mulher. Embora o papa tenha por diversas vezes reconhecido a importância feminina e a fonte de equilíbrio que as mulheres representam para o mundo e venha ressaltando que a sua presença enriquece a sociedade e a vida da igreja, ele não admite a ordenação sacerdotal de mulheres e isso causa conflitos com outras igrejas cristãs. No entanto, mesmo nessas igrejas, a ordenação de mulheres é uma coisa nova, e vai exigir novas reflexões da igreja católica no futuro.

O cristianismo dos povos. Durante os primeiros séculos da nossa era, a mensagem cristã foi interpretada à luz da cultura greco-romana. Hoje, o cristianismo está presente em várias culturas diferentes e deve ser capaz de refletir cada uma delas. Até 1965, por exemplo, a missa era em latim. Hoje ela é celebrada em todas as línguas e isso é maravilhoso! O cristianismo tem que se preparar para absorver essas influências de cada povo e de cada cultura, sem perder sua identidade.

O encontro com a ciência. Há um Deus criador de todas as coisas. Não deve existir conflito entre ciência e religião. Quando esse conflito existe é porque uma das partes não está interpretando corretamente a criação e a ação de Deus no mundo. A Igreja católica parece que não deu muita importância para a reflexão sobre os dados científicos, sobretudo na moral. É só olhar o conflito que existe entre os métodos contraceptivos propostos pela Igreja e os que a ciência oferece. Essas tensões vão aumentar, no futuro, com os estudos científicos sobre a vida, e vão provocar muita, muita reflexão ainda. Esse diálogo requer paciência, pesquisa, diálogo e serenidade, muita serenidade. Os cientistas, muitas vezes atropelam as coisas. Esse é um momento de esperança que vai trazer muitas mudanças na compreensão do ser humano.

Para ler mais sobre o papa visite o site do Vaticano: www.vatican.va
Karol Wojtyla, o homem do milênio, Luigi Accattoli, Edições Paulinas.
Se você quiser comprar o livro on line, vá até o site das Paulinas:
www.paulinas.org.br
O padre Julio Munaro pertence à Ordem de São Camilo, em São Paulo, Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia.

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie um site gratuitoWebnode